Efeitos dos modelos econômicos nas políticas de distribuição de bens linguísticos no Brasil

Com o objetivo de contribuir para a compreensão dos processos de distribuição de bens linguísticos na sociedade brasileira, são observadas, neste trabalho, as mudanças que se operaram nas bases econômicas de produção capitalista, a partir da década de 1970, e os projetos políticos, sociais e educaci...

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Detalles Bibliográficos
Autor principal: Emerson de Pietri
Formato: article
Lenguaje:ES
PT
Publicado: Universidade Federal de Santa Maria 2021
Materias:
L
Acceso en línea:https://doi.org/10.5902/1984644442037
https://doaj.org/article/0ff8fdf6a70a4baabd05d47cd55778aa
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Descripción
Sumario:Com o objetivo de contribuir para a compreensão dos processos de distribuição de bens linguísticos na sociedade brasileira, são observadas, neste trabalho, as mudanças que se operaram nas bases econômicas de produção capitalista, a partir da década de 1970, e os projetos políticos, sociais e educacionais definidos para o país em diferentes conjunturas históricas desde então constituídas. A não consideração mais detalhada das mudanças nas bases econômicas e de seus efeitos para a manutenção ou amplificação da desigualdade social dificulta a observação mais atenta do funcionamento, nessa ordem, dos projetos oficiais para o ensino de língua portuguesa no Brasil. Nesse sentido, são evidenciadas, com base em conceitos da análise do discurso de linha francesa, as tensões resultantes da concorrência entre modelos político-econômicos implantados no país, nas três últimas décadas do século XX e nas décadas iniciais do século XXI, e suas relações com a constituição de concepções concorrentes de língua e de sujeito da aprendizagem, estabelecidas, no período observado, em políticas públicas de educação e materializadas em documentos de parametrização curricular. Os resultados apontam para a necessidade de questionar os efeitos da implantação de um currículo nacional comum para o ensino de língua portuguesa quando são mantidas as condições desiguais de escolarização, em um contexto de destruição de políticas sociais e de fortalecimento das bases concorrenciais na ordem econômica do país, expandidas agora para as classes mais pobres.