Por que monitorar o uso de medicamentos em crianças?
É com alegria que assumo a editoria científica da RBFHSS a partir deste número, dando continuidade ao trabalho de Helaine Carneiro Capucho. A confiança depositada na RBFHSS por autores, corpo editorial, colaboradores e leitores, fomentada em sua gestão, evidencia trabalho sério e competente, legado...
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Publicado: |
Sociedade Brasileira de Farmácia Hospitalar e Serviços de Saúde
2019
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oai:doaj.org-article:27148a60060a46b095b4ec64ffd578e12021-11-28T02:47:27ZPor que monitorar o uso de medicamentos em crianças?2179-59242316-7750https://doaj.org/article/27148a60060a46b095b4ec64ffd578e12019-06-01T00:00:00Zhttps://www.rbfhss.org.br/sbrafh/article/view/190https://doaj.org/toc/2179-5924https://doaj.org/toc/2316-7750 É com alegria que assumo a editoria científica da RBFHSS a partir deste número, dando continuidade ao trabalho de Helaine Carneiro Capucho. A confiança depositada na RBFHSS por autores, corpo editorial, colaboradores e leitores, fomentada em sua gestão, evidencia trabalho sério e competente, legado importante para o debate e divulgação de experiências e práticas inovadoras no campo. Nos quatro primeiros volumes da revista, aproximadamente um terço dos artigos publicados abordou as atividades clínicas farmacêuticas relacionadas à segurança do uso de medicamentos. Contudo, muitas são as lacunas existentes sobre a conduta farmacoterapêutica envolvendo pacientes com perfis específicos como os oncológicos e os extremos de idade: idosos e crianças. No que tange à população pediátrica, as peculiaridades da farmacocinética e da farmacodinâmica representam um grande desafio aos profissionais de saúde. Neonatos (0 a 30 dias), lactantes (um mês a um ano), pré-escolares (2 a 6 anos), escolares (7 a 10 anos) e adolescentes (11 a 18 anos) não diferem apenas no tamanho, mas também quanto à fisiologia, maturação e diferenciação celular. As mudanças extremamente rápidas até os três anos de idade (especialmente no primeiro ano), são sucedidas pelo amadurecimento mais lento no período escolar. Ao chegar à puberdade, novas transformações são desencadeadas em conjunto com a explosão hormonal e alongamento da estrutura corporal1,2. O pH influencia o processo de difusão passiva e de esvaziamento gástrico. Neutro (6-8) no nascimento, devido à presença de líquido amniótico no estômago, torna-se ácido nas primeiras 48 horas de vida, com o início da atividade secretora. Volta à neutralidade nas primeiras duas semanas e só alcança novamente a acidez esperada (1-3) por volta dos três anos de idade. O esvaziamento gástrico é lento e linear até os primeiros oito meses de vida, quando assume o comportamento bifásico observado nos adultos. A motilidade intestinal amadurece durante a primeira infância, estimulada pela alimentação3,4. A administração de medicamentos por outras vias requer a mesma atenção. Em decorrência da pouca musculatura e do reduzido fluxo sanguíneo muscular, sobretudo em recém-nascidos, a absorção intramuscular é errática. A absorção cutânea é maximizada pela pouca espessura e maior hidratação da pele e, portanto, pode ser perigosa. Por outro lado, a absorção retal ou intranasal mostra-se adequada em formulações próprias para estas vias1 . Elisangela da Costa Lima- DellamoraSociedade Brasileira de Farmácia Hospitalar e Serviços de SaúdearticlePublic aspects of medicineRA1-1270Pharmacy and materia medicaRS1-441Therapeutics. PharmacologyRM1-950ENPTRevista Brasileira de Farmácia Hospitalar e Serviços de Saúde, Vol 5, Iss 2 (2019) |
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É com alegria que assumo a editoria científica da RBFHSS a partir deste número, dando
continuidade ao trabalho de Helaine Carneiro Capucho. A confiança depositada na RBFHSS
por autores, corpo editorial, colaboradores e leitores, fomentada em sua gestão, evidencia
trabalho sério e competente, legado importante para o debate e divulgação de experiências e
práticas inovadoras no campo.
Nos quatro primeiros volumes da revista, aproximadamente um terço dos artigos
publicados abordou as atividades clínicas farmacêuticas relacionadas à segurança do uso de
medicamentos. Contudo, muitas são as lacunas existentes sobre a conduta farmacoterapêutica
envolvendo pacientes com perfis específicos como os oncológicos e os extremos de idade:
idosos e crianças. No que tange à população pediátrica, as peculiaridades da farmacocinética e da
farmacodinâmica representam um grande desafio aos profissionais de saúde.
Neonatos (0 a 30 dias), lactantes (um mês a um ano), pré-escolares (2 a 6 anos), escolares
(7 a 10 anos) e adolescentes (11 a 18 anos) não diferem apenas no tamanho, mas também
quanto à fisiologia, maturação e diferenciação celular. As mudanças extremamente rápidas até os
três anos de idade (especialmente no primeiro ano), são sucedidas pelo amadurecimento mais
lento no período escolar. Ao chegar à puberdade, novas transformações são desencadeadas em
conjunto com a explosão hormonal e alongamento da estrutura corporal1,2.
O pH influencia o processo de difusão passiva e de esvaziamento gástrico. Neutro
(6-8) no nascimento, devido à presença de líquido amniótico no estômago, torna-se ácido
nas primeiras 48 horas de vida, com o início da atividade secretora. Volta à neutralidade nas
primeiras duas semanas e só alcança novamente a acidez esperada (1-3) por volta dos três anos
de idade. O esvaziamento gástrico é lento e linear até os primeiros oito meses de vida, quando
assume o comportamento bifásico observado nos adultos. A motilidade intestinal amadurece
durante a primeira infância, estimulada pela alimentação3,4. A administração de medicamentos
por outras vias requer a mesma atenção. Em decorrência da pouca musculatura e do reduzido
fluxo sanguíneo muscular, sobretudo em recém-nascidos, a absorção intramuscular é errática. A
absorção cutânea é maximizada pela pouca espessura e maior hidratação da pele e, portanto, pode
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