Fatores associados à não realização do exame de Papanicolaou: estudo transversal de base populacional em duas capitais brasileiras
O câncer do colo do útero inicia-se a partir de uma lesão pré-invasiva, curável em até 100% dos casos, que geralmente progride lentamente, por anos, antes de atingir o estágio invasor da doença, quando a cura se torna mais difícil, quando não, impossível. A abordagem mais efetiva para o controle do...
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Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (INCA)
2006
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oai:doaj.org-article:2b2b182344604b3e9c9a188616b665a82021-11-29T20:28:12ZFatores associados à não realização do exame de Papanicolaou: estudo transversal de base populacional em duas capitais brasileiras10.32635/2176-9745.RBC.2006v52n2.18880034-71162176-9745https://doaj.org/article/2b2b182344604b3e9c9a188616b665a82006-06-01T00:00:00Zhttps://rbc.inca.gov.br/revista/index.php/revista/article/view/1888https://doaj.org/toc/0034-7116https://doaj.org/toc/2176-9745 O câncer do colo do útero inicia-se a partir de uma lesão pré-invasiva, curável em até 100% dos casos, que geralmente progride lentamente, por anos, antes de atingir o estágio invasor da doença, quando a cura se torna mais difícil, quando não, impossível. A abordagem mais efetiva para o controle do câncer do colo do útero continua sendo o rastreamento por meio do exame preventivo de Papanicolaou. O objetivo deste estudo foi identificar fatores associados à não realização do exame de Papanicolaou em mulheres de 25 a 59 anos nos últimos três anos anteriores à pesquisa, nos municípios de Fortaleza e Rio de Janeiro. Para cada localidade foi utilizado o delineamento transversal, de base populacional, com amostragem por conglomerados com dois estágios de seleção e auto-ponderada. Os dados foram analisados por regressão de Poisson obedecendo a um modelo hierárquico previamente determinado. O percentual de mulheres não submetidas ao exame de Papanicolaou nos três anos anteriores à pesquisa, em Fortaleza e no Rio de Janeiro, foi de 19,1% (IC95%: 16,1-22,1) e 16,5% (IC95%: 14,1-18,9), respectivamente. Mulheres de baixa escolaridade e menor renda per capita, de maior idade, não casadas, não submetidas à mamografia, ao exame clínico das mamas e aos exames de glicemia e colesterolemia foram as que apresentaram as maiores razões de prevalências para a não realização do exame de Papanicolaou, em ambas as localidades. Além disso, as fumantes foram menos submetidas ao exame em relação às demais mulheres, havendo uma diferença estatisticamente significativa somente no Rio de Janeiro. Finalmente, as informações aqui apresentadas apontam para a necessidade de intervenção em um grupo específico de mulheres. Deve-se priorizar atividades de educação para o diagnóstico precoce e rastreamento em mulheres sintomáticas e assintomáticas, respectivamente, além da garantia de acesso aos métodos de diagnóstico e tratamento adequados. Luís Felipe Leite MartinsInstituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (INCA)articleNeoplasias do colo uterinoEsfregaço vaginalPrevenção e controleEstudos transversaisBrasilNeoplasms. Tumors. Oncology. Including cancer and carcinogensRC254-282ENPTRevista Brasileira de Cancerologia, Vol 52, Iss 2 (2006) |
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O câncer do colo do útero inicia-se a partir de uma lesão pré-invasiva, curável em até 100% dos casos, que geralmente progride lentamente, por anos, antes de atingir o estágio invasor da doença, quando a cura se torna mais difícil, quando não, impossível. A abordagem mais efetiva para o controle do câncer do colo do útero continua sendo o rastreamento por meio do exame preventivo de Papanicolaou. O objetivo deste estudo foi identificar fatores associados à não realização do exame de Papanicolaou em mulheres de 25 a 59 anos nos últimos três anos anteriores à pesquisa, nos municípios de Fortaleza e Rio de Janeiro. Para cada localidade foi utilizado o delineamento transversal, de base populacional, com amostragem por conglomerados com dois estágios de seleção e auto-ponderada. Os dados foram analisados por regressão de Poisson obedecendo a um modelo hierárquico previamente determinado. O percentual de mulheres não submetidas ao exame de Papanicolaou nos três anos anteriores à pesquisa, em Fortaleza e no Rio de Janeiro, foi de 19,1% (IC95%: 16,1-22,1) e 16,5% (IC95%: 14,1-18,9), respectivamente. Mulheres de baixa escolaridade e menor renda per capita, de maior idade, não casadas, não submetidas à mamografia, ao exame clínico das mamas e aos exames de glicemia e colesterolemia foram as que apresentaram as maiores razões de prevalências para a não realização do exame de Papanicolaou, em ambas as localidades. Além disso, as fumantes foram menos submetidas ao exame em relação às demais mulheres, havendo uma diferença estatisticamente significativa somente no Rio de Janeiro. Finalmente, as informações aqui apresentadas apontam para a necessidade de intervenção em um grupo específico de mulheres. Deve-se priorizar atividades de educação para o diagnóstico precoce e rastreamento em mulheres sintomáticas e assintomáticas, respectivamente, além da garantia de acesso aos métodos de diagnóstico e tratamento adequados.
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