Uma visão global para o futuro da farmácia hospitalar

Em 2015 foi publicada a nova versão do documento Basel Statements on the future of hospital pharmacy (BSFHP), que apresenta uma visão global para o futuro da farmácia hospitalar1. A primeira versão, desenvolvida em 2008 sob a coordenação da seção de farmácia hospitalar da International Pharmaceutic...

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Autor principal: Adriano Max Moreira Reis
Formato: article
Lenguaje:EN
PT
Publicado: Sociedade Brasileira de Farmácia Hospitalar e Serviços de Saúde 2019
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Acceso en línea:https://doaj.org/article/2f8877886e634314afd6958f21bcb9ab
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RA1-1270
Pharmacy and materia medica
RS1-441
Therapeutics. Pharmacology
RM1-950
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Therapeutics. Pharmacology
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Adriano Max Moreira Reis
Uma visão global para o futuro da farmácia hospitalar
description Em 2015 foi publicada a nova versão do documento Basel Statements on the future of hospital pharmacy (BSFHP), que apresenta uma visão global para o futuro da farmácia hospitalar1. A primeira versão, desenvolvida em 2008 sob a coordenação da seção de farmácia hospitalar da International Pharmaceutical Federation (FIP) durante a conferência global para o futuro da farmácia hospitalar realizada na Basileia (Suíça), contou com a participação de representantes de 98 países1. O primeiro conjunto de diretrizes foi elaborado a partir de metodologias de consenso e visou fornecer identificar objetivos estratégicos e áreas para colaboração internacional buscando priorizar avanços na prática profissional1-3. As atuais 65 diretrizes que compõem o BSFHP foram simplificadas e agrupadas no processo de revisão. Foram preservados os elementos norteadores e incorporadas novas diretrizes e conceitos que refletem as tendências globais da prática profissional na atualidade, dentre as quais se destaca a “otimização dos resultados dos pacientes por meio do uso colaborativo, interdisciplinar e responsável de medicamentos, dispositivos e materiais médico-hospitalares” como o objetivo global dos farmacêuticos hospitalares1-3. O conceito de uso responsável de medicamentos foi publicado pela FIP em 2012 e incorporado ao BSFHP, para indicar que as atividades, capacidades e os recursos existentes no sistema de saúde são mobilizados para garantir que os pacientes recebam o medicamento correto, no momento certo, usem adequadamente e obtenham os benefícios esperados. A FIP ressaltou o propósito de complementar, e não substituir o conceito de uso racional de medicamentos da Organização Mundial de Saúde1. O foco do uso racional de medicamentos é o paciente e o medicamento recebido por ele. O uso responsável, por outro lado, é mais amplo ao reconhecer a importância do paciente, da segurança, da disponibilidade e do uso correto do medicamento, assim como da monitorização da utilização. Incorporou-se nessa missão – além do farmacêutico – outros profissionais, gestores, cuidadores e os sistemas de saúde1. Nesse sentindo, o uso responsável de um medicamento segundo o BSFHP significa seu uso somente quando necessário, a partir da seleção baseada em evidências científicas clínicas quanto a efetividade e menor possibilidade de causar dano1 -3. Diante da crescente elevação dos custos com a assistência à saúde, ganhou destaque na última edição do BSFHP a importância dos fundamentos e princípios da avaliação de tecnologias em saúde (ATS). O documento ressalta a contribuição da ATS para subsidiar o processo de decisão sobre a incorporação de novos medicamentos, a elaboração de diretrizes clinico terapêuticas para o hospital e as ações para garantia do uso responsável de medicamentos1-3. O BSFHP enfatiza ainda a relevância da informatização dos processos de assistência farmacêutica e o emprego de sistemas de suporte a decisão clínica, buscando sempre a otimização dos resultados, a segurança da farmacoterapia e um custo adequado da assistência prestada1-3. Em consonância com a preocupação crescente com a sustentabilidade do planeta o BSFHP, acrescentou na nova edição a responsabilidade do farmacêutico em minimizar os efeitos dos fármacos no meio ambiente. Portanto, os farmacêuticos hospitalares devem contribuir na gestão dos resíduos relacionados a utilização de medicamentos, assim como avaliar a sistemática de disposição das sobras dos medicamentos para identificar aspectos susceptíveis de modificações na perspectiva de reduzir o impacto ambiental1-2. A prática farmacêutica como catalizadora dos processos para promoção da segurança do paciente está presente em várias das diretrizes do BSFHP, podendo citar a garantia de qualidade na produção intrahospitalar de medicamentos estéreis e não estéreis, a qualificação da transição de cuidado , o emprego dos “ sete certos “ (paciente certo, medicamento certo, dose certa, via de administração certa, documentação certa e tempo certo) em todas as atividades relacionadas a medicamentos no hospital e o monitoramento do uso dos medicamentos. A diretriz sobre preparo de antineoplásicos e outros medicamentos estéreis estão alinhadas com o General Chapter 800 (Hazardous Drugs-Handling in Healthcare Settings), publicado em 2016, e com o General Chapter 797 (Pharmaceutical Compounding - sterile preparations), em processo de revisão, ambos da United States Pharmacopeia que destacam a infraestrutura necessária e os padrões de prática para garantir um preparo e utilização segura desses medicamentos nos hospitais e serviços de saúde4-6.
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O primeiro conjunto de diretrizes foi elaborado a partir de metodologias de consenso e visou fornecer identificar objetivos estratégicos e áreas para colaboração internacional buscando priorizar avanços na prática profissional1-3. As atuais 65 diretrizes que compõem o BSFHP foram simplificadas e agrupadas no processo de revisão. Foram preservados os elementos norteadores e incorporadas novas diretrizes e conceitos que refletem as tendências globais da prática profissional na atualidade, dentre as quais se destaca a “otimização dos resultados dos pacientes por meio do uso colaborativo, interdisciplinar e responsável de medicamentos, dispositivos e materiais médico-hospitalares” como o objetivo global dos farmacêuticos hospitalares1-3. O conceito de uso responsável de medicamentos foi publicado pela FIP em 2012 e incorporado ao BSFHP, para indicar que as atividades, capacidades e os recursos existentes no sistema de saúde são mobilizados para garantir que os pacientes recebam o medicamento correto, no momento certo, usem adequadamente e obtenham os benefícios esperados. A FIP ressaltou o propósito de complementar, e não substituir o conceito de uso racional de medicamentos da Organização Mundial de Saúde1. O foco do uso racional de medicamentos é o paciente e o medicamento recebido por ele. O uso responsável, por outro lado, é mais amplo ao reconhecer a importância do paciente, da segurança, da disponibilidade e do uso correto do medicamento, assim como da monitorização da utilização. Incorporou-se nessa missão – além do farmacêutico – outros profissionais, gestores, cuidadores e os sistemas de saúde1. Nesse sentindo, o uso responsável de um medicamento segundo o BSFHP significa seu uso somente quando necessário, a partir da seleção baseada em evidências científicas clínicas quanto a efetividade e menor possibilidade de causar dano1 -3. Diante da crescente elevação dos custos com a assistência à saúde, ganhou destaque na última edição do BSFHP a importância dos fundamentos e princípios da avaliação de tecnologias em saúde (ATS). O documento ressalta a contribuição da ATS para subsidiar o processo de decisão sobre a incorporação de novos medicamentos, a elaboração de diretrizes clinico terapêuticas para o hospital e as ações para garantia do uso responsável de medicamentos1-3. O BSFHP enfatiza ainda a relevância da informatização dos processos de assistência farmacêutica e o emprego de sistemas de suporte a decisão clínica, buscando sempre a otimização dos resultados, a segurança da farmacoterapia e um custo adequado da assistência prestada1-3. Em consonância com a preocupação crescente com a sustentabilidade do planeta o BSFHP, acrescentou na nova edição a responsabilidade do farmacêutico em minimizar os efeitos dos fármacos no meio ambiente. Portanto, os farmacêuticos hospitalares devem contribuir na gestão dos resíduos relacionados a utilização de medicamentos, assim como avaliar a sistemática de disposição das sobras dos medicamentos para identificar aspectos susceptíveis de modificações na perspectiva de reduzir o impacto ambiental1-2. A prática farmacêutica como catalizadora dos processos para promoção da segurança do paciente está presente em várias das diretrizes do BSFHP, podendo citar a garantia de qualidade na produção intrahospitalar de medicamentos estéreis e não estéreis, a qualificação da transição de cuidado , o emprego dos “ sete certos “ (paciente certo, medicamento certo, dose certa, via de administração certa, documentação certa e tempo certo) em todas as atividades relacionadas a medicamentos no hospital e o monitoramento do uso dos medicamentos. A diretriz sobre preparo de antineoplásicos e outros medicamentos estéreis estão alinhadas com o General Chapter 800 (Hazardous Drugs-Handling in Healthcare Settings), publicado em 2016, e com o General Chapter 797 (Pharmaceutical Compounding - sterile preparations), em processo de revisão, ambos da United States Pharmacopeia que destacam a infraestrutura necessária e os padrões de prática para garantir um preparo e utilização segura desses medicamentos nos hospitais e serviços de saúde4-6. Adriano Max Moreira ReisSociedade Brasileira de Farmácia Hospitalar e Serviços de SaúdearticlePublic aspects of medicineRA1-1270Pharmacy and materia medicaRS1-441Therapeutics. PharmacologyRM1-950ENPTRevista Brasileira de Farmácia Hospitalar e Serviços de Saúde, Vol 7, Iss 3 (2019)