Intervenções externas no Mali e nas suas terras fronteiriçasum caso de estabilização. Vol12, Nº. 2

O artigo tem como principal objetivo contribuir para uma melhor compreensão do conceito de estabilização, tanto em termos académicos como políticos, analisando os resultados da contrainsurgência e do apoio às operações de paz no Sahel por intervenientes regionais, continentais e extracontinentais.Ab...

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Detalles Bibliográficos
Autor principal: Ana Carina S. Franco
Formato: article
Lenguaje:EN
Publicado: Universidade Autónoma de Lisboa 2021
Materias:
J
Acceso en línea:https://doi.org/10.26619/1647-7251.12.2.6
https://doaj.org/article/54167891e8d74472933a1b27076cb04b
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Descripción
Sumario:O artigo tem como principal objetivo contribuir para uma melhor compreensão do conceito de estabilização, tanto em termos académicos como políticos, analisando os resultados da contrainsurgência e do apoio às operações de paz no Sahel por intervenientes regionais, continentais e extracontinentais.Aborda o problema associado ao chamado “engarrafamento de intervenção”, resultante de numerosas iniciativas externas no processo político e na dinâmica de conflitos dos países sahelianos, com enfoque no centro e norte do Mali e nas suas fronteiras. As intervenções externas entraram numa nova fase do chamado projeto de paz liberal, quando, na década de 2000, as modalidades de manutenção da paz evoluíram para missões integradas ou multidimensionais, bem como para um quadro normativo para a construção estatal. Além disso, as intervenções no Sahel refletem o regresso à estabilização no início dos anos 2010 – um conceito que surge como alternativa ao nexo construção da paz-do estado, que dominou a década anterior. Apesar dos inúmeros esforços de estabilização, há episódios recorrentes de extrema violência no etnicamente diversificado centro do Mali, juntamente com o aumento da insegurança nos vizinhos Burkina Faso e Níger. Os fenómenos de insurgência nas zonas fronteiriças entre o Níger, o Mali e o Burkina Faso (Liptako-Gourma), estão muitas vezes diretamente ligados à associação entre a expansão dos movimentos salafi-jihadistas e a crise política maliana de 2012, mas também à fraca presença do estado nas grandes regiões do Saara-Sahel e aos desafios colocados pelo pluralismo étnico. O artigo conclui sublinhando a falta de integração das respostas de estabilização numa abordagem política, considerando diferentes estratégias de governação. Salienta ainda a necessidade de dar prioridade à restauração da autoridade legítima do estado, apesar da conquista de um modus vivendi na região norte do país.