A morte contemporânea: a solidão do abandono em «O retorno» de Roberto Bolaño

Imaginemo-nos à entrada de Tebas, em lugar de Édipo, diante da esfinge. Então, ao invés do conhecido enigma, ela nos fita os olhos friamente e lança a pergunta voraz: «O que é a vida?». De certo, em uma breve reflexão, concluiremos que até os homens mais sábios conhecidos pela humanidade, provavelm...

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Detalles Bibliográficos
Autor principal: Emanoel Cesar Pires de Assis
Formato: article
Lenguaje:EN
ES
FR
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PT
Publicado: Universitat Autònoma de Barcelona 2020
Materias:
A
Acceso en línea:https://doaj.org/article/7e845b717aca4ff6a207a0164f870499
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Sumario:Imaginemo-nos à entrada de Tebas, em lugar de Édipo, diante da esfinge. Então, ao invés do conhecido enigma, ela nos fita os olhos friamente e lança a pergunta voraz: «O que é a vida?». De certo, em uma breve reflexão, concluiremos que até os homens mais sábios conhecidos pela humanidade, provavelmente, seriam engolidos. Ao lado do questionamento primeiro, não menos incômodo e faminto, encontra-se outro: «Existe vida após a morte?». Encontrar resoluções para essas perguntas e para outras que delas reverberam talvez seja a tarefa mais instigante a que nós, seres dotados de consciência, temos nos dedicado. O conto neofantástico O retorno, do escritor chileno Roberto Bolaño, apresenta-nos, por meio de um espectro-narrador, as vivências de um ser que experimentou, como diz Agamben (2012), «o escuro de seu tempo». O objetivo precípuo do presente artigo é submeter a narrativa mencionada a um trabalho interpretativo acerca de uma porção deste «escuro» que se traduz na condição de abandono que permeia a vida das personagens e no estado de solidão-morte em que se encontram, abrindo vias para um pensar sobre o estar-no-mundo do homem contemporâneo.