A residência em farmácia em hospitalar como estratégia de formação e produção de conhecimento acadêmico
A evolução da farmácia hospitalar no Brasil vivenciada nas últimas décadas foi favorecida por inúmeros fatores. Destacam-se entre eles a criação da SBRAFH, a publicação dos padrões mínimos em farmácia hospitalar por esta sociedade, a crescente busca pela qualidade dos serviços de saúde e, em conseq...
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Formato: | article |
Lenguaje: | EN PT |
Publicado: |
Sociedade Brasileira de Farmácia Hospitalar e Serviços de Saúde
2019
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Materias: | |
Acceso en línea: | https://doaj.org/article/b4d14136c26e44fb8067458b10bfd04e |
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Sumario: | A evolução da farmácia hospitalar no Brasil vivenciada nas últimas décadas foi favorecida
por inúmeros fatores. Destacam-se entre eles a criação da SBRAFH, a publicação dos padrões mínimos
em farmácia hospitalar por esta sociedade, a crescente busca pela qualidade dos serviços de saúde e, em
consequência, pela sua acreditação, além do fortalecimento da formação dos farmacêuticos hospitalares,
bastante favorecida pela inclusão de disciplina específica nos cursos de graduação e pela realização de
encontros de professores de farmácia hospitalar pela SBRAFH. As residências em farmácia hospitalar, por
sua vez, são apontadas como fator decisivo para a própria evolução da prática farmacêutica e a expansão dos
papéis desempenhados pelos farmacêuticos no sistema de saúde1, sendo assim, também fator importante
neste processo.
Embora os cursos de residência em farmácia hospitalar no mundo, remontem aos meados
do século XX1,2, no Brasil, se iniciam na segunda metade da década de 1990, ainda como cursos de
especialização sob a forma de treinamento em serviço, todos com característica uniprofissional. O
primeiro curso foi implantado na Universidade Federal Fluminense, com início no ano de 1997. Somente
em 2005, com a Lei 11.1292, passou a ser possível que as Instituições de Ensino Superior (IES) ou os
hospitais de ensino passassem a oferecer residências multiprofissionais e em área profissional da saúde
no Brasil. A partir de então, os cursos de residência passaram a se caracterizar como modalidade de
formação lato sensu, sendo regidos pelas normas estabelecidas pela Comissão Nacional de Residência
Multiprofissional e em Área Profissional da Saúde – CNRMS3
. Desde então, muitos cursos passaram a
oferecer vagas para farmacêuticos, quer seja na modalidade de residência multiprofissional (em atenção
primária e em atenção hospitalar), quer seja na modalidade de residência em área profissional (também
chamados uniprofissionais).
No Brasil, a criação das residências respondeu à demanda pelo direcionamento da pósgraduação em farmácia para as necessidades do SUS apontada pelo I Fórum Nacional de Educação
Farmacêutica4
, estimulando a interação serviços-academia na troca de experiências e construção conjunta
de conhecimentos. Da mesma forma, também contribuíram para a reversão do quadro observado nas
farmácias hospitalares brasileiras há uma década. Naquele momento, observava-se com um percentual
muito baixo de farmácias hospitalares brasileiras com atividades voltadas ao ensino (19,2%), e ainda
menor daquelas com publicação de trabalhos científicos (1,6%) ou participação em projetos de pesquisa
(3,2%)5
. Vale ressaltar que o ensino, a educação permanente e a pesquisa figuram entre os grandes grupos
de atribuições essenciais da Farmácia Hospitalar apontadas pela SBRAFH6
.
A residência tem por objetivo oferecer uma vivência da prática profissional que permita o
aprofundamento do conhecimento e o desenvolvimento de habilidades e atitudes que elevem o grau
de especialização do residente tanto nas questões gerenciais da farmácia hospitalar quanto na gestão da
terapia medicamentosa e sua inserção na equipe clínica 2,7. Como consequência natural deste processo,
a residência também contribui para a formação de lideranças2
, para o fortalecimento das atividades de
pesquisa e a produção de conhecimento8,9,10 e com a própria formação na área, seja pela oferta de recursos
humanos mais qualificados ao mercado8
, seja pelo desenvolvimento de novos docentes e preceptores
para a área9,10. Atualmente, é crescente a percepção de que a residência deve ser requisito para que os
farmacêuticos atuem no cuidado direto com os pacientes11, bem como para o desenvolvimento de
habilidades em áreas clínicas específicas como a oncologia, pediatria, saúde mental, neonatologia entre
outras.
A percepção da relevância da residência sob o ponto de vista de residentes, gestores
hospitalares, chefes de serviços de farmácia e preceptores foi investigada por Fuller e colaboradores8
. Os
gestores hospitalares e chefes de serviços de farmácia apontaram, entre as vantagens de contratação de
um farmacêutico que passou pela residência, a facilidade de integração destes profissionais aos sistemas
da farmácia, sua familiaridade com a cultura organizacional e os valores da instituição, bem como o nível
de confiança adquirido no treinamento em serviço. Além disso, foi consenso a contribuição na capacidade
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