A residência em farmácia em hospitalar como estratégia de formação e produção de conhecimento acadêmico

A evolução da farmácia hospitalar no Brasil vivenciada nas últimas décadas foi favorecida por inúmeros fatores. Destacam-se entre eles a criação da SBRAFH, a publicação dos padrões mínimos em farmácia hospitalar por esta sociedade, a crescente busca pela qualidade dos serviços de saúde e, em conseq...

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Autor principal: Selma Rodrigues de Castilho
Formato: article
Lenguaje:EN
PT
Publicado: Sociedade Brasileira de Farmácia Hospitalar e Serviços de Saúde 2019
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RA1-1270
Pharmacy and materia medica
RS1-441
Therapeutics. Pharmacology
RM1-950
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Selma Rodrigues de Castilho
A residência em farmácia em hospitalar como estratégia de formação e produção de conhecimento acadêmico
description A evolução da farmácia hospitalar no Brasil vivenciada nas últimas décadas foi favorecida por inúmeros fatores. Destacam-se entre eles a criação da SBRAFH, a publicação dos padrões mínimos em farmácia hospitalar por esta sociedade, a crescente busca pela qualidade dos serviços de saúde e, em consequência, pela sua acreditação, além do fortalecimento da formação dos farmacêuticos hospitalares, bastante favorecida pela inclusão de disciplina específica nos cursos de graduação e pela realização de encontros de professores de farmácia hospitalar pela SBRAFH. As residências em farmácia hospitalar, por sua vez, são apontadas como fator decisivo para a própria evolução da prática farmacêutica e a expansão dos papéis desempenhados pelos farmacêuticos no sistema de saúde1, sendo assim, também fator importante neste processo. Embora os cursos de residência em farmácia hospitalar no mundo, remontem aos meados do século XX1,2, no Brasil, se iniciam na segunda metade da década de 1990, ainda como cursos de especialização sob a forma de treinamento em serviço, todos com característica uniprofissional. O primeiro curso foi implantado na Universidade Federal Fluminense, com início no ano de 1997. Somente em 2005, com a Lei 11.1292, passou a ser possível que as Instituições de Ensino Superior (IES) ou os hospitais de ensino passassem a oferecer residências multiprofissionais e em área profissional da saúde no Brasil. A partir de então, os cursos de residência passaram a se caracterizar como modalidade de formação lato sensu, sendo regidos pelas normas estabelecidas pela Comissão Nacional de Residência Multiprofissional e em Área Profissional da Saúde – CNRMS3 . Desde então, muitos cursos passaram a oferecer vagas para farmacêuticos, quer seja na modalidade de residência multiprofissional (em atenção primária e em atenção hospitalar), quer seja na modalidade de residência em área profissional (também chamados uniprofissionais). No Brasil, a criação das residências respondeu à demanda pelo direcionamento da pósgraduação em farmácia para as necessidades do SUS apontada pelo I Fórum Nacional de Educação Farmacêutica4 , estimulando a interação serviços-academia na troca de experiências e construção conjunta de conhecimentos. Da mesma forma, também contribuíram para a reversão do quadro observado nas farmácias hospitalares brasileiras há uma década. Naquele momento, observava-se com um percentual muito baixo de farmácias hospitalares brasileiras com atividades voltadas ao ensino (19,2%), e ainda menor daquelas com publicação de trabalhos científicos (1,6%) ou participação em projetos de pesquisa (3,2%)5 . Vale ressaltar que o ensino, a educação permanente e a pesquisa figuram entre os grandes grupos de atribuições essenciais da Farmácia Hospitalar apontadas pela SBRAFH6 . A residência tem por objetivo oferecer uma vivência da prática profissional que permita o aprofundamento do conhecimento e o desenvolvimento de habilidades e atitudes que elevem o grau de especialização do residente tanto nas questões gerenciais da farmácia hospitalar quanto na gestão da terapia medicamentosa e sua inserção na equipe clínica 2,7. Como consequência natural deste processo, a residência também contribui para a formação de lideranças2 , para o fortalecimento das atividades de pesquisa e a produção de conhecimento8,9,10 e com a própria formação na área, seja pela oferta de recursos humanos mais qualificados ao mercado8 , seja pelo desenvolvimento de novos docentes e preceptores para a área9,10. Atualmente, é crescente a percepção de que a residência deve ser requisito para que os farmacêuticos atuem no cuidado direto com os pacientes11, bem como para o desenvolvimento de habilidades em áreas clínicas específicas como a oncologia, pediatria, saúde mental, neonatologia entre outras. A percepção da relevância da residência sob o ponto de vista de residentes, gestores hospitalares, chefes de serviços de farmácia e preceptores foi investigada por Fuller e colaboradores8 . Os gestores hospitalares e chefes de serviços de farmácia apontaram, entre as vantagens de contratação de um farmacêutico que passou pela residência, a facilidade de integração destes profissionais aos sistemas da farmácia, sua familiaridade com a cultura organizacional e os valores da instituição, bem como o nível de confiança adquirido no treinamento em serviço. Além disso, foi consenso a contribuição na capacidade
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As residências em farmácia hospitalar, por sua vez, são apontadas como fator decisivo para a própria evolução da prática farmacêutica e a expansão dos papéis desempenhados pelos farmacêuticos no sistema de saúde1, sendo assim, também fator importante neste processo. Embora os cursos de residência em farmácia hospitalar no mundo, remontem aos meados do século XX1,2, no Brasil, se iniciam na segunda metade da década de 1990, ainda como cursos de especialização sob a forma de treinamento em serviço, todos com característica uniprofissional. O primeiro curso foi implantado na Universidade Federal Fluminense, com início no ano de 1997. Somente em 2005, com a Lei 11.1292, passou a ser possível que as Instituições de Ensino Superior (IES) ou os hospitais de ensino passassem a oferecer residências multiprofissionais e em área profissional da saúde no Brasil. A partir de então, os cursos de residência passaram a se caracterizar como modalidade de formação lato sensu, sendo regidos pelas normas estabelecidas pela Comissão Nacional de Residência Multiprofissional e em Área Profissional da Saúde – CNRMS3 . Desde então, muitos cursos passaram a oferecer vagas para farmacêuticos, quer seja na modalidade de residência multiprofissional (em atenção primária e em atenção hospitalar), quer seja na modalidade de residência em área profissional (também chamados uniprofissionais). No Brasil, a criação das residências respondeu à demanda pelo direcionamento da pósgraduação em farmácia para as necessidades do SUS apontada pelo I Fórum Nacional de Educação Farmacêutica4 , estimulando a interação serviços-academia na troca de experiências e construção conjunta de conhecimentos. Da mesma forma, também contribuíram para a reversão do quadro observado nas farmácias hospitalares brasileiras há uma década. Naquele momento, observava-se com um percentual muito baixo de farmácias hospitalares brasileiras com atividades voltadas ao ensino (19,2%), e ainda menor daquelas com publicação de trabalhos científicos (1,6%) ou participação em projetos de pesquisa (3,2%)5 . Vale ressaltar que o ensino, a educação permanente e a pesquisa figuram entre os grandes grupos de atribuições essenciais da Farmácia Hospitalar apontadas pela SBRAFH6 . A residência tem por objetivo oferecer uma vivência da prática profissional que permita o aprofundamento do conhecimento e o desenvolvimento de habilidades e atitudes que elevem o grau de especialização do residente tanto nas questões gerenciais da farmácia hospitalar quanto na gestão da terapia medicamentosa e sua inserção na equipe clínica 2,7. Como consequência natural deste processo, a residência também contribui para a formação de lideranças2 , para o fortalecimento das atividades de pesquisa e a produção de conhecimento8,9,10 e com a própria formação na área, seja pela oferta de recursos humanos mais qualificados ao mercado8 , seja pelo desenvolvimento de novos docentes e preceptores para a área9,10. Atualmente, é crescente a percepção de que a residência deve ser requisito para que os farmacêuticos atuem no cuidado direto com os pacientes11, bem como para o desenvolvimento de habilidades em áreas clínicas específicas como a oncologia, pediatria, saúde mental, neonatologia entre outras. A percepção da relevância da residência sob o ponto de vista de residentes, gestores hospitalares, chefes de serviços de farmácia e preceptores foi investigada por Fuller e colaboradores8 . Os gestores hospitalares e chefes de serviços de farmácia apontaram, entre as vantagens de contratação de um farmacêutico que passou pela residência, a facilidade de integração destes profissionais aos sistemas da farmácia, sua familiaridade com a cultura organizacional e os valores da instituição, bem como o nível de confiança adquirido no treinamento em serviço. Além disso, foi consenso a contribuição na capacidade Selma Rodrigues de CastilhoSociedade Brasileira de Farmácia Hospitalar e Serviços de SaúdearticlePublic aspects of medicineRA1-1270Pharmacy and materia medicaRS1-441Therapeutics. PharmacologyRM1-950ENPTRevista Brasileira de Farmácia Hospitalar e Serviços de Saúde, Vol 4, Iss 3 (2019)