Sistemas matrimoniais na Península Ibérica: uma perspectiva regional

O estudo da nupcialidade foi descurado durante muito tempo pela demográfica histórica. Foi o demógrafo britânico John Hajnal quem chamou a atenção para a importância do matrimônio dentro do passado europeu, demonstrando que havia um regime matrimonial "europeu" específico da Europa ociden...

Description complète

Enregistré dans:
Détails bibliographiques
Auteur principal: Robert Rowland
Format: article
Langue:EN
PT
Publié: Universidade de São Paulo 1989
Sujets:
Accès en ligne:https://doaj.org/article/bb71d6c9e29141bea5f9930e37a3e1f3
Tags: Ajouter un tag
Pas de tags, Soyez le premier à ajouter un tag!
Description
Résumé:O estudo da nupcialidade foi descurado durante muito tempo pela demográfica histórica. Foi o demógrafo britânico John Hajnal quem chamou a atenção para a importância do matrimônio dentro do passado europeu, demonstrando que havia um regime matrimonial "europeu" específico da Europa ocidental, com base na idade média de acesso das mulheres ao casamento. A partir da análise de Hajnal, foi formulado o modelo homeostático de um "sistema demográfico de Antigo Regime", onde a nupcialidade desempenha o papel de variável reguladora da dinâmica da população. E também a hipótese da existência de um regime de transição entre o matrimônio adolescente das sociedades não-europeias e o matrimônio tardio do regime europeu ocidental. Esta transição teria ocorrido na Inglaterra e com atraso de cerca de 200 anos também na Península Ibérica. Este artigo utiliza dados (já conhecidos e resultados preliminares de uma investigação em curso para mostrar a existência de regimes matrimoniais especificamente regionais na Península Ibérica desde os ultimos séculos da Idade Média comprovados por estudos recentes no caso da Inglaterra), devendo-se, portanto, rever profundamente, se nao abandonar, a tese de que teria havido uma transformação no regime matrimonial peninsular entre os séculos XVI e XVIII. E defende o ponto de vista de que os estudos demográficos sobre o passado europeu deveriam partir de uma perspectiva regional e comparada, como havia sido apontado pelo próprio Hajnal.