Aversão à desigualdade e preferências por redistribuição: a percepção de mobilidade econômica as afeta no Brasil?
A noção de que a redistribuição é dos ricos para os pobres permitiria concluir a priori que os pobres são os principais partidários de medidas redistributivas, ao serem os potenciais beneficiários. Não obstante, estudos realizados principalmente para países desenvolvidos sugerem que a aversão à...
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Universidade de São Paulo
2016
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oai:doaj.org-article:f4222ff304c74a97977a5a2016067f092021-11-24T16:03:13ZAversão à desigualdade e preferências por redistribuição: a percepção de mobilidade econômica as afeta no Brasil?0101-41611980-5357https://doaj.org/article/f4222ff304c74a97977a5a2016067f092016-03-01T00:00:00Zhttps://www.revistas.usp.br/ee/article/view/89134https://doaj.org/toc/0101-4161https://doaj.org/toc/1980-5357 A noção de que a redistribuição é dos ricos para os pobres permitiria concluir a priori que os pobres são os principais partidários de medidas redistributivas, ao serem os potenciais beneficiários. Não obstante, estudos realizados principalmente para países desenvolvidos sugerem que a aversão à desigualdade e as preferências por redistribuição são moldadas por fatores que vão além do pecuniário. Neste trabalho, se analisa o efeito da mobilidade econômica subjetiva na aversão à desigualdade e na demanda por redistribuição dos brasileiros usando-se uma base de dados única, representativa do país, que foi coletada em 2012. Os resultados sugerem que, em contradição com previsões teóricas e com evidências de países desenvolvidos, mesmo pessoas que aspiram ascender socialmente no futuro incomodam-se com a desigualdade e são favoráveis a políticas redistributivas. Brasileiros que perceberam uma piora na sua situação econômica também mostram-se favoráveis à redistribuição, resultado mais convencional. Ambos os conjuntos de resultados são confirmados por estimações feitas em subamostras definidas por renda familiar. Levantam-se hipóteses para se tentar explicar os resultados inesperados. Yasmín Salazar MéndezFábio Domingues WaltenbergUniversidade de São PauloarticleAversão à desigualdadePreferências por redistribuiçãoMobilidadeExpectativas de mobilidade futura.Economics as a scienceHB71-74ENPTEstudos Econômicos, Vol 46, Iss 1 (2016) |
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A noção de que a redistribuição é dos ricos para os pobres permitiria concluir a priori que os pobres são os principais partidários de medidas redistributivas, ao serem os potenciais beneficiários. Não obstante, estudos realizados principalmente para países desenvolvidos sugerem que a aversão à desigualdade e as preferências por redistribuição são moldadas por fatores que vão além do pecuniário. Neste trabalho, se analisa o efeito da mobilidade econômica subjetiva na aversão à desigualdade e na demanda por redistribuição dos brasileiros usando-se uma base de dados única, representativa do país, que foi coletada em 2012. Os resultados sugerem que, em contradição com previsões teóricas e com evidências de países desenvolvidos, mesmo pessoas que aspiram ascender socialmente no futuro incomodam-se com a desigualdade e são favoráveis a políticas redistributivas. Brasileiros que perceberam uma piora na sua situação econômica também mostram-se favoráveis à redistribuição, resultado mais convencional. Ambos os conjuntos de resultados são confirmados por estimações feitas em subamostras definidas por renda familiar. Levantam-se hipóteses para se tentar explicar os resultados inesperados.
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