Farmácia central e satélite: um olhar por meio da gestão por processos
A busca por soluções efi cazes levou as organizações a reverem suas estruturas e fl uxos de trabalho, passando a arquitetá-las não mais a partir de agrupamentos de atividades a serem executadas¹, e sim por uma análise de fl uxos de trabalho. A gestão por processos facilita a integração e a coesão d...
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Sociedade Brasileira de Farmácia Hospitalar e Serviços de Saúde
2019
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oai:doaj.org-article:f7e405d58b664b02b914eb74fd35bc3d2021-11-28T02:47:34ZFarmácia central e satélite: um olhar por meio da gestão por processos2179-59242316-7750https://doaj.org/article/f7e405d58b664b02b914eb74fd35bc3d2019-06-01T00:00:00Zhttps://www.rbfhss.org.br/sbrafh/article/view/150https://doaj.org/toc/2179-5924https://doaj.org/toc/2316-7750 A busca por soluções efi cazes levou as organizações a reverem suas estruturas e fl uxos de trabalho, passando a arquitetá-las não mais a partir de agrupamentos de atividades a serem executadas¹, e sim por uma análise de fl uxos de trabalho. A gestão por processos facilita a integração e a coesão das diversas áreas de uma organização, pois o retrabalho e as descontinuidades do fl uxo de trabalho são comuns nas organizações, não sendo diferente na Farmácia Hospitalar². A legislação atual³ estabelece que as farmácias hospitalares utilizem modelo de gestão sistêmico, integrado e coerente, pautado nas bases da moderna administração, defi nição que auxilia o farmacêutico a desenhar fl uxos que não se repetem, ou melhor, auxilia a eliminar fl uxos que não agreguem valor ao processo. O foco administrativo do fl uxo de trabalho baseado em silos funcionais passa, portanto, a ser desenhado em gestão de processos de trabalho. Revendo a conceituação atual para farmácias central e satélite, comparando com os modelos de gestão modernos que preconizam que na mesma estrutura não devem ter processos que se sobrepõem e, ainda, considerando que o termo “satélite”, em seu contexto amplo, tratase de um objeto que orbita em torno de um maior, entende-se que as farmácias satélites não deveriam orbitar em torno de uma farmácia central e repetir, muitas vezes, seus processos. Ampliando a análise, pode-se também questionar por que a farmácia central repete, em grande parte, o processo da Central de Abastecimento Farmacêutico (CAF), especialmente quanto aos processos de estocar e distribuir para as farmácias satélites. Na utilização de um fl uxo racional de logística de entradas e saídas, cabe a CAF receber, armazenar e distribuir para as farmácias especializadas e descentralizadas conforme a necessidade da organização. Assim, neste modelo, o termo mais correto a substituir “farmácia satélite” é o de “farmácia descentralizada”, que é aquela que tem seus próprios processos de trabalho, sem replicação daqueles exercidos pela CAF ou pela farmácia central. Da mesma forma, a farmácia central não deve redistribuir para as farmácias descentralizadas. Um novo olhar sobre a estrutura da farmácia hospitalar com ferramentas da administração moderna permite repensar a organização dos processos e do sistema de gestão, integrando as atividades, redefi nindo as competências e conhecimentos necessários ao farmacêutico hospitalar no desempenho de suas atribuições neste novo cenário. Os farmacêuticos devem estar preparados para estas mudanças conceituais e, sobretudo, para mudanças necessárias no modelo de gestão tradicionalmente utilizado para um modelo mais racional, o de gestão por processos. HELENA MÁRCIA DE OLIVEIRA MORAES BERNADINO Sociedade Brasileira de Farmácia Hospitalar e Serviços de SaúdearticlePublic aspects of medicineRA1-1270Pharmacy and materia medicaRS1-441Therapeutics. PharmacologyRM1-950ENPTRevista Brasileira de Farmácia Hospitalar e Serviços de Saúde, Vol 4, Iss 1 (2019) |
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A busca por soluções efi cazes levou as organizações a reverem suas estruturas e fl uxos
de trabalho, passando a arquitetá-las não mais a partir de agrupamentos de atividades a serem
executadas¹, e sim por uma análise de fl uxos de trabalho. A gestão por processos facilita a integração e a coesão das diversas áreas de uma organização, pois o retrabalho e as descontinuidades do fl uxo de trabalho são comuns nas organizações, não sendo diferente na Farmácia Hospitalar². A legislação atual³ estabelece que as farmácias hospitalares utilizem modelo de gestão sistêmico, integrado e coerente, pautado nas bases da moderna administração, defi nição que auxilia o farmacêutico a desenhar fl uxos que não se repetem, ou melhor, auxilia a eliminar fl uxos que não agreguem valor ao processo. O foco administrativo do fl uxo de trabalho baseado em silos funcionais passa, portanto, a ser desenhado em gestão de processos de trabalho. Revendo a conceituação atual para farmácias central e satélite, comparando com os modelos de gestão modernos que preconizam que na mesma estrutura não devem ter processos que se sobrepõem e, ainda, considerando que o termo “satélite”, em seu contexto amplo, tratase de um objeto que orbita em torno de um maior, entende-se que as farmácias satélites não
deveriam orbitar em torno de uma farmácia central e repetir, muitas vezes, seus processos.
Ampliando a análise, pode-se também questionar por que a farmácia central repete,
em grande parte, o processo da Central de Abastecimento Farmacêutico (CAF), especialmente
quanto aos processos de estocar e distribuir para as farmácias satélites. Na utilização de um fl uxo racional de logística de entradas e saídas, cabe a CAF receber, armazenar e distribuir para as farmácias especializadas e descentralizadas conforme a necessidade da organização. Assim, neste modelo, o termo mais correto a substituir “farmácia satélite” é o de “farmácia descentralizada”, que é aquela que tem seus próprios processos de trabalho, sem replicação daqueles exercidos pela CAF ou pela farmácia central. Da mesma forma, a farmácia central não deve redistribuir para as farmácias descentralizadas.
Um novo olhar sobre a estrutura da farmácia hospitalar com ferramentas da administração moderna permite repensar a organização dos processos e do sistema de gestão, integrando as atividades, redefi nindo as competências e conhecimentos necessários ao farmacêutico hospitalar no desempenho de suas atribuições neste novo cenário. Os farmacêuticos devem estar preparados para estas mudanças conceituais e, sobretudo, para mudanças necessárias no modelo de gestão tradicionalmente utilizado para um modelo mais racional, o de gestão por processos.
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