O discurso museográfico e o pensamento de Pablo Neruda: um estudo introdutório
Esse trabalho pretende analisar a "obra tridimensional" recolhida e organizada pelo poeta chileno Pablo Neruda, representada pelos objetos colecionados e expostos em suas três residências e que aqui serão vistos como representações construídas pelo/sobre o poeta. No Chile, a memória de Pab...
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Publicado: |
Universidad Católica Silva Henríquez
2003
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oai:scielo:S0716-581120030014000042003-09-02O discurso museográfico e o pensamento de Pablo Neruda: um estudo introdutórioCapovilla da Luz R.,Eloisa museografía Neruda representação Esse trabalho pretende analisar a "obra tridimensional" recolhida e organizada pelo poeta chileno Pablo Neruda, representada pelos objetos colecionados e expostos em suas três residências e que aqui serão vistos como representações construídas pelo/sobre o poeta. No Chile, a memória de Pablo Neruda é ainda muito viva não só através da sua poesia como também das residências que construiu e decorou -La Chascona, Isla Negra e La Sebastiana. Tratadas como casas-Museus [administradas pela Fundação Pablo Neruda] elas dão a conhecer aos chilenos e ao mundo mais uma manifestação do pensamento do grande poeta Latino-americano, isto é, as casas não representam gabinetes de curiosidades como os museus do século XVIII, mas ao se constituírem em cenários da vida cotidiana passaram a ser espaços onde são construídas representações da vida de Pablo Neruda. São, na verdade, casas pessoais ou melhor, moradias individuais que ao serem alçadas ao coletivo, adquiriram uma outra simbologia. Pode-se dizer que foram apropriadas pelo nacional que o poeta representou. A análise, tomando como parâmetro a história cultural, terá como referências maiores os escritos de/sobre Neruda. A partir desses referenciais estudaremos o poeta com um olhar museológico por considerarmos que os espaços [as casas de Neruda] quando musealisados assim como os objetos aí exibidos são portadores de discursos do/sobre o personagem enfocado. Isso quer dizer que um museu não é um espaço neutro e sim um espaço que fala, um espaço de comunicação. No caso estudado, os objetos aparecem como portadores de historicidade porque são investidos de uma carga pessoal sendo nomeados e/ou renomeados pelo poeta. Ao recortá-los de seu contexto original, Pablo Neruda os (re)significava com sua própria história de vida. Esses objetos, por seu turno, ao serem recontextualizados vão construir (dar) uma outra imagem do (ao) poeta. É essa imagem que pretendemos realçarinfo:eu-repo/semantics/openAccessUniversidad Católica Silva HenríquezLiteratura y lingüística n.14 20032003-01-01text/htmlhttp://www.scielo.cl/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0716-58112003001400004pt10.4067/S0716-58112003001400004 |
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Esse trabalho pretende analisar a "obra tridimensional" recolhida e organizada pelo poeta chileno Pablo Neruda, representada pelos objetos colecionados e expostos em suas três residências e que aqui serão vistos como representações construídas pelo/sobre o poeta. No Chile, a memória de Pablo Neruda é ainda muito viva não só através da sua poesia como também das residências que construiu e decorou -La Chascona, Isla Negra e La Sebastiana. Tratadas como casas-Museus [administradas pela Fundação Pablo Neruda] elas dão a conhecer aos chilenos e ao mundo mais uma manifestação do pensamento do grande poeta Latino-americano, isto é, as casas não representam gabinetes de curiosidades como os museus do século XVIII, mas ao se constituírem em cenários da vida cotidiana passaram a ser espaços onde são construídas representações da vida de Pablo Neruda. São, na verdade, casas pessoais ou melhor, moradias individuais que ao serem alçadas ao coletivo, adquiriram uma outra simbologia. Pode-se dizer que foram apropriadas pelo nacional que o poeta representou. A análise, tomando como parâmetro a história cultural, terá como referências maiores os escritos de/sobre Neruda. A partir desses referenciais estudaremos o poeta com um olhar museológico por considerarmos que os espaços [as casas de Neruda] quando musealisados assim como os objetos aí exibidos são portadores de discursos do/sobre o personagem enfocado. Isso quer dizer que um museu não é um espaço neutro e sim um espaço que fala, um espaço de comunicação. No caso estudado, os objetos aparecem como portadores de historicidade porque são investidos de uma carga pessoal sendo nomeados e/ou renomeados pelo poeta. Ao recortá-los de seu contexto original, Pablo Neruda os (re)significava com sua própria história de vida. Esses objetos, por seu turno, ao serem recontextualizados vão construir (dar) uma outra imagem do (ao) poeta. É essa imagem que pretendemos realçar |
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