Uma greve em dois tempos: o movimento nacional dos marítimos de 1953 no Rio de Janeiro e os impasses da historiografia política

Resumo:O objetivo deste artigo é discutir os impasses das análises historiográficas sobre a greve nacional dos marítimos de 1953, no Rio de Janeiro. Partimos da constatação que a corrente principal da historiografia política brasileira aborda este movimento como parte do processo de reconhecimento d...

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Detalles Bibliográficos
Autores principales: de Sousa Montalvão,Sérgio, D´Arc Fernandes Ferraz,Joana
Lenguaje:Portuguese
Publicado: Ariadna Ediciones 2020
Materias:
Acceso en línea:http://www.scielo.cl/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0718-50492020000100265
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Sumario:Resumo:O objetivo deste artigo é discutir os impasses das análises historiográficas sobre a greve nacional dos marítimos de 1953, no Rio de Janeiro. Partimos da constatação que a corrente principal da historiografia política brasileira aborda este movimento como parte do processo de reconhecimento da habilidade do ministro do Trabalho João Goulart em negociar com os trabalhadores. Destacando o que seria o "estilo Jango" de administrar os conflitos trabalhistas, esta historiografia entende que o acordo firmado no mês de junho daquele ano, suspendendo a greve, seria o marco fundador do novo trabalhismo, que rompia com o corporativismo e a repressão policial do Estado Novo (1937-1945) e levava o Partido Trabalhista Brasileiro (PTB) diretamente para o campo da esquerda democrática. No entanto, o não cumprimento das cláusulas do referido acordo fez com que os marítimos cruzassem novamente os braços, em outubro de 1953. Este segundo tempo da greve é silenciado por esta corrente historiográfica, evitando assim que se mostre a polaridade entre Jango e os trabalhadores do mar. Nossa pesquisa na imprensa sindical e popular demonstra que, naquele momento, Jango ainda fundamentava sua política em muitos alicerces do velho trabalhismo.