Da Lógica do Favor à Lógica do Pavor: um ensaio sobre a Geografia da violência na cidade do Rio de Janeiro

O presente artigo trata da geografia da violência urbana na cidade do Rio de Janeiro. Mostra como a ação do Estado está permeada por ignorâncias acerca das lógicas de experiências espaciais com que se organizam e operam as classes populares trabalhadoras do Rio de Janeiro. O objetivo é estimular uma...

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Detalles Bibliográficos
Autores principales: Porto-Gonçalves,Carlos Walter, da Silva,Rodrigo Torquato
Lenguaje:Portuguese
Publicado: Universidad de Los Lagos. Centro de Estudios del Desarrollo Regional y Políticas Públicas - CEDER 2011
Materias:
Acceso en línea:http://www.scielo.cl/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0718-65682011000100017
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Sumario:O presente artigo trata da geografia da violência urbana na cidade do Rio de Janeiro. Mostra como a ação do Estado está permeada por ignorâncias acerca das lógicas de experiências espaciais com que se organizam e operam as classes populares trabalhadoras do Rio de Janeiro. O objetivo é estimular uma discussão que impulsione as análises para além dos discursos estigmatizadores com relação à população favelada. A metodologia adotada assemelha-se às sinuosidades dos becos e vielas, visto que optamos em nos entranhar empiricamente na concretude do espaço favelado e, também, nas re-leituras das narrativas marginalizadas, dos compositores que há décadas oferecem pistas para que possamos esboçar um mapeamento das lógicas de sociabilidades e das experiências de espaço dessa população. Assim, podemos afirmar - ainda que hipoteticamente - que os mecanismos convencionais de análises e os instrumentos metodológicos fundamentados no distanciamento dos seus "objetos" são insuficientes para uma mínima compreensão do que se passa nos cotidianos de opressão e resistências das classes populares. O máximo que se tem alcançado historicamente, tanto com as pesquisas quantitativas acerca do tema quanto com os apelos midiáticos, é a forte influência na construção de discursos universalistas que naturalizam a criminalização dos citadinos mais pobres e as suas lógicas de integração-sobrevivência nas cidades.